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O Dízimo Segundo À Escritura

Atualizado: 26 de fev. de 2020




O DÍZIMO É BÍBLICO

O dízimo foi abolido? O dízimo foi estabelecido apenas para os judeus? O que a Bíblia diz sobre o dízimo?


A Escritura nos ensina que:


1. O dízimo foi um ato de gratidão realizado por Abraão.


" 'E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos'. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo". Gênesis 14:20 


Este é o primeiro texto da Escritura que menciona alguém dando o dízimo para Deus.

A Escritura não revela se Abrão deu o dízimo antes ou depois deste episódio. Portanto, não podemos afirmar que deu ou que não deu. Entretanto, podemos entender que ele fez isso voluntariamente e com gratidão. E isto foi escrito para nos deixar alguma lição. Qual lição? A lição que podemos expressar a nossa gratidão dando o dízimo para Deus. 

Sobre este texto o comentário Moody diz: "Reconhecendo a posição sacerdotal de Melquisedeque, Abrão lhe trouxe dízimos como oferta religiosa".


É interessante notarmos que Abrão deu o seu dízimo a um sacerdote do Deus Altíssimo (Gn. 14.18,20). Ele reconheceu que aquele homem era um sacerdote de Deus.

Champlin comenta: "Neste caso, o dízimo foi uma oferenda de gratidão a Deus, mostrando-se generoso com Seu sacerdote ou representante".


2. O dízimo foi um voto proposto por Jacó.


"Então Jacó fez um voto, dizendo: 'Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus. E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo' ". Gênesis 28:20-22


Alguns entendem que neste texto Jacó estava barganhando com Deus, mas eu não entendo desta forma. Se a atitude de Jacó fosse realmente esta, certamente ele teria sido repreendido, ou não teria sido tão abençoado como foi. Eu entendo que Jacó fez um voto com Deus, e este voto seria dar o dízimo como gratidão de tudo aquilo que Deus desse para ele conforme (Gn. 28.20).


O comentário Moody interpreta este texto da seguinte forma: "Espiritualmente, ainda tinha um longo caminho a percorrer, mas já fizera progressos neste seu encontro com Deus. Também ofereceu sua vida ao Senhor e o dízimo de tudo o que viesse a possuir. Mas impôs uma condição. Se Deus continuasse ao seu lado, e o guardasse em sua viagem, e o trouxesse de volta novamente, ele cumpriria a sua parte no voto. Era um grande passo que estava dando. A pedra que erigiu seria um lembrete permanente do voto que fizera".


3. O dízimo foi estabelecido como lei.


"Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas das árvores, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor". Levítico 27:30


"Separem o dízimo de tudo o que a terra produzir anualmente". Deuteronômio 14:22 


4. O dízimo foi apresentado como algo sagrado e como forma de provar a Deus.


"Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: ‘Como é que te roubamos? ’ Nos dízimos e nas ofertas.Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a nação toda está me roubando.Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova", diz o Senhor dos Exércitos, "e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.Impedirei que pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos não perderão o seu fruto", diz o Senhor dos Exércitos.Malaquias 3:8-11


5. O dízimo foi valorizado por Cristo.


"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas (dar o dízimo), sem omitir aquelas". Mateus 23:23 


Alguns dizem que este texto foi dirigido para os judeus, e não para os cristãos, por isso os crentes não são obrigados a dizimarem.


Sendo assim, os crentes não devem guardar nada do que Jesus ensinou, pois tudo que ele ensinou e ordenou foi dirigido aos judeus. Isso seria um absurdo! Se eu for pensar assim, posso concluir também que não serei salvo por não ser judeu, pois o próprio Cristo veio para os judeus, e foi ele mesmo quem disse isso. Chegar a esta conclusão também seria um outro absurdo, pois sabemos que Cristo morreu por todos, assim também como os seus ensinamentos devem ser obedecidos por todos (Mt. 28.20).


6. O dízimo foi omitido como mandamento no N.T.


Há um silêncio no Novo Testamento sobre o dízimo, de tal forma que não podemos dizer que é obrigatório ou não dizimar. Entretanto, Paulo disse:

"Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança". Romanos 15:4 


Qual é a lição que o dízimo ensina para os crentes? O dízimo ensina gratidão, fidelidade, responsabilidade e generosidade.


Argumentos contra o dízimo.


O dízimo é da Lei.


Alguns dizem que quem dizima é legalista porque o dízimo é da Lei. 


Refutação bíblica.


Se assim for, quem não mente, não rouba, não mata, não cobiça e etc. também é legalista porque tudo isso também está na Lei. Aliás, Tiago manteve alguns princípios que a Lei determinava, como está escrito: "Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das seguintes exigências necessárias: Abster-se de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. Vocês farão bem em evitar essas coisas. Que tudo lhes vá bem". Atos 15:28-29.

Será que a igreja foi legalista por seguir quatro princípios que a Lei ordenava?


O dízimo não foi obrigatório para os cristãos.


Alguns usam até mesmo este texto (At. 15) para provar que o dízimo não foi imposto para a igreja, pois o mesmo não foi mencionado aqui como obrigação pelos apóstolos e presbíteros da igreja primitiva.


Refutação bíblica.


A questão é que o assunto do contexto não era o dízimo, e sim a prática da circuncisão como condição para a salvação. Os judeus estavam dizendo que a pessoa que não era circuncidada não seria salva, ou seja, estava colocando sobre os gentios um peso que Deus não colocou (At. 15.1). Usar este texto para tirar alguma conclusão sobre o dízimo é desrespeitar os princípios da hermenêutica, isso porque o texto não fala nada sobre o dízimo. Portanto, não podemos concluir nada sobre o dízimo com base nestes texto. Não podemos concluir nada com base em suposição. Não podemos definir o que o próprio texto não define.


O dízimo é da Lei, logo toda a Lei deve ser obedecida.


Alguns também dizem que se um crente dizimar deve guardar todos os mandamentos da lei de Moisés. 


Refutação bíblica.


Seguindo este argumento, posso também dizer que se é assim para o dízimo, deve ser assim também para quem guarda qualquer mandamento que se encontra na Lei. Quem não mata, não mente, não rouba e não cobiça, também deve guardar tudo que está na lei de Moisés, o que seria um grande equívoco.

O interessante é que encontramos textos no Novo Testamento que dizem claramente que os crentes não deveriam ser circuncidados (At. 15.1-20) e que nenhum deles deveriam permitir ser julgados por dias de sábados (Cl. 2.16). Agora qual é o texto do Novo Testamento que diz categoricamente que o dízimo foi abolido? Não tem.

Embora o Novo Testamento não ordena os crentes a dizimarem, isso não significa que os mesmos não possam dizimar ou que esta prática foi abolida. Não podemos abolir o que a Bíblia não aboliu.


É verdade que o Novo Testamento não registra os crentes dizimando, mas também é verdade que o Novo Testamento registra os crentes dando muito mais do que o dízimo. E é aqui que muitos que não dizimam vacilam. 


O dízimo não se encontra no Didaquê.


Alguns também dizem que não é obrigatório dizimar porque o Didaquê (um manual eclesiástico do 2º século) não fala sobre o dízimo. 


Refutação.


É verdade que o Didaquê não obriga categoricamente o crente a dizimar, mas veja o que o mesmo fala sobre a contribuição aos profetas:


CAPÍTULO XIII 

1 - Todo verdadeiro profeta que queira estabelecer-se em seu meio é digno do alimento.  2 - Assim também o verdadeiro mestre é digno do seu alimento, como qualquer operário.  3 - Assim, tome os primeiros frutos de todos os produtos da vinha e da eira, dos bois e das ovelhas, e os dê aos profetas, pois são eles os seus sumos-sacerdotes.  4 - Porém, se você não tiver profetas, dê aos pobres.  5 - Se você fizer pão, tome os primeiros e os dê conforme o preceito.  6 - Da mesma maneira, ao abrir um recipiente de vinho ou óleo, tome a primeira parte e a dê aos profetas.  7 - Tome uma parte de seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, conforme lhe parecer oportuno, e os dê de acordo com o preceito.

De acordo com o Didaquê, os crentes foram exortados a entregar os primeiros frutos de todos os produtos da videira e da eira, dos bois e das ovelhas. Além disso, eles deveriam oferecer aos profetas e mestres a primeira parte dos pães, do vinho e do óleo. E, por fim, também diz que eles deveriam tomar uma parte do dinheiro, da roupa e de todas as posses deles e fazer o mesmo. O que isso nos lembra? O dízimo.

Será que estes que não dizimam com base no Didaquê fazem o que o mesmo ensina com relação aos profetas da sua igreja?

O que significa dar as primícias da colheita, do gado e do rebanho para os profetas?

Pelo que eu sei, alguns que não dizimam entendem que pastor, profeta e mestre devem trabalhar fora para se manter, além de pastorear, profetizar e ensinar na igreja. Eles querem usufruir do serviço do pastor, do mestre e do profeta, mas não querem sustentar os mesmos. Para eles o interessante são apenas os textos que excluem as suas responsabilidades com relação aos pregadores na Bíblia e no Didaquê.


O Novo Testamento registra que: 


1. Os crentes davam além do dízimo.


"Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade".

Atos 2:45


"Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um. José, um levita de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa encorajador, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos".

Atos 4:34-37


2. Os crentes deveriam contribuir de acordo com os seus bens e voluntariamente.


"Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar".

1 Coríntios 16:1-2


"Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem".

2 Coríntios 8:12


"Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria".

2 Coríntios 9:7


Em 2 Coríntios 8 e 9 a palavra "dar" era uma doação para os irmãos necessitados e não para o sustento dos ministros e nem do santuário.


O crente que não dizima será  amaldiçoado ou o devorador vai prejudicá-lo?


Não. Entretanto, o N.T. ensina: 

"Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês".

Lucas 6:38


Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’ ".

Atos 20:35


"Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente".

2 Coríntios 9:6 


Fica claro com base nestes textos que os generosos são mais felizes, mais abençoados, mais recompensados que os mesquinhos, avarentos e egoístas.


Existe uma outra forma melhor que o dízimo de custear as despesas da igreja, de manter a obra de Deus e de expandir o seu reino? Se alguém souber me diga, porque até agora ninguém apresentou uma forma melhor do que esta.


Conclusão:


O dízimo foi ato de gratidão de Abrão, foi um voto feito por Jacó, foi uma lei estabelecida por Deus para sustentar os sacerdotes, os levitas, os órfãos e as viúvas, foi uma condição estabelecida por Deus para abençoar o seu povo, foi aprovado por Cristo e foi omitido como mandamento no N.T.


O dízimo foi uma referência, um princípio e uma prática do A.T. e foi valorizada por Cristo no N.T.


O dízimo pode ser uma forma adota pela igreja de custear todas as despesas da igreja, uma vez que o próprio Deus instituiu o dízimo para este fim no A.T.


O dízimo é o início da generosidade. Se alguém deseja ser generoso, pode começar dizimando.


Portanto, dizime não porque está na lei de Moisés, mas porque você é grato a Deus e deseja suprir as despesas da igreja e expandir o Reino de Deus. 


Dizime não para ser abençoado, mas porque você é abençoado.


Dizime para suprir as necessidades daqueles que suprem as suas necessidades espirituais (pastores, mestres, evangelistas e profetas).


Dizime não com medo de ser vítima do devorador, mas por saber que é dando que se recebe, é plantando que se colhe, e é semeando que se recebe mais semente para semear.


Dizime para demonstrar e provar a sua generosidade a Deus.

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