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O Divórcio Segundo À Escritura

Atualizado: 26 de fev. de 2020



Escritura ensina que é a vontade de Deus que o cristão permaneça com o seu cônjuge como está escrito:


"Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: que a esposa não se separe do seu marido. Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher".

1 Coríntios 7:10,11.


Apesar de ser esta a vontade de Deus, a Escritura apresenta três situações onde o cristão pode se separar do seu cônjuge. 


Vejamos quais são essas exceções.


1. O CRISTÃO PODE SE DIVORCIAR QUANDO HÁ INFIDELIDADE SEXUAL.


Jesus abriu uma exceção para o divórcio quando ocorre a infidelidade sexual. Ele disse:

"Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério".

Mateus 19:9.


Imoralidade sexual no grego é "porneia" que significa prostituição, mas inclui adultério e incesto. A (NVI) traduz "porneia" como "imoralidade sexual" significando qualquer atividade sexual fora do casamento, e outras traduções usam "infidelidade" (ARIB), e "fornicação" (ACRF), ".


A maioria dos intérpretes bíblicos renomados entendem que "porneia" no texto de Mateus 19.9 se refere ao adultério, e não a prostituição devido o contexto da passagem bíblica.


Alguns pastores evangélicos argumentam com base neste texto que a exceção é permitida quando há "prostituição", ou seja, quando há atividade sexual antes do casamento ou durante o noivado. Eles afirmam que "porneia" significa apenas "prostituição", e que "adultério" no grego seria "moichéia". Entretanto, este argumento não condiz com o contexto onde a ideia central é o casamento, e não o noivado. Além disso, este argumento não desfaz os outros significados de "porneia".


Luiz Sayão faz o seguinte comentário sobre "porneia": "A visão mais conservadora sugere que o termo se referia ao que acontecera antes do casamento. [...] Outros até sugerem que a ideia fosse consanguinidade. A posição mais comum e mais fundamentada entende que Jesus se refere ao depois, isto é, se acontecesse algum porneia. O termo não é literalmente adultério (moicheia), usado depois no texto. O significado da palavra é amplo e pode referir-se a qualquer tipo de imoralidade sexual. A comprovação da imoralidade permitia o divórcio sem culpa por parte do ofendido". (Agora Sim! Teologia na prática do início ao fim).


2. O CRISTÃO PODE SE DIVORCIAR QUANDO HÁ UMA DECISÃO PESSOAL NESTE SENTIDO.


Paulo ensina que quando o cristão resolve se separar por sua própria escolha sem ter um motivo que justifique tal decisão, deve permanecer solteiro ou pode reconciliar-se com o seu ex-cônjuge. 


"Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: que a esposa não se separe do seu marido. Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher".

1 Coríntios 7:10,11.


Paulo deixa claro que se o cristão tomar a decisão de se separar sem que ocorra uma traição por parte do seu cônjuge ou sem que haja um motivo que justifique o divórcio, ele deve permanecer solteiro ou ele deve voltar para o seu ex-cônjuge.


Segue alguns comentários bíblicos que reforçam o meu pensamento sobre 1 Coríntios 7.10,11:


"Aqui os dois cônjuges são cristãos (o caso de casamento misto vem em seguida), e para esses o divórcio não é permitido. Se, no entanto, acontecer, outro casamento está fora de cogitação". (Comentário Bíblico NVI).


"Paulo aceita que há ocasiões em que a separação é necessária. Entretanto, em tais circunstâncias, ela tem apenas duas opções, isto é, permanecer separada ou se reconciliar com seu marido".  (Comentário Bíblico Vida Nova).


"Reconhece, porém, que em circunstâncias extremas pode ser necessário a mulher deixar o marido. Nesses casos, a instrução é para que não se case ou que se reconcilie com seu marido". (William MacDonald).


"Paulo aceita a realidade da separação. Contudo, ele proíbe casar de novo e aconselha a esposa que inicia o divórcio a se reconciliar com seu marido". (Simon Kistemaker)


3. O CRISTÃO PODE SE DIVORCIAR QUANDO HÁ O ABANDONO DO LAR.


Paulo disse:

"Todavia, se o descrente separar-se, que se separe. Em tais casos, o irmão ou a irmã não fica debaixo de servidão; Deus nos chamou para vivermos em paz".

1 Coríntios 7:15.


Fica claro neste texto que quando o descrente se separa do cristão, o cristão pode então se divorciar, pois a separação não partiu dele.


Dentro deste contexto o cristão pode casar-se novamente, pois o mesmo não permanece debaixo da servidão.


Para embasar a minha convicção a este respeito, apresento abaixo vários comentários bíblicos sobre este versículo que se harmonizam com a minha convicção.


"Os cristãos não estavam obrigados em tais circunstâncias, ou seja, não estavam vinculados àquele casamento, e portanto, por dedução, eram livres para se casar novamente, mas somente "no Senhor" (cf. v. 39). O divórcio é permitido quando um dos parceiros abandona o casamento pelo fato de o outro ter se convertido à fé cristã". (Comentário Vida Nova).


"v. 15. não fica debaixo de servidão: Parece indicar liberdade para casar de novo. Visto que o incrédulo "se retirou", que é o significado da voz média de separar-se, já não há obrigação sobre o crente de preservar o casamento". (Comentário Bíblico NVI).

"O incrédulo que vai embora logo se casa com outra pessoa e, com isso, rompe automaticamente o laço matrimonial. Insistir em que  cônjuge abandonado não volte a se casar é colocar sobre ele um jugo que, na maioria das vezes não será capaz de suportar".

(J. M. Davies). 


"Paulo nem proíbe nem recomenda um novo casamento para o cônjuge abandonado, e deixa essa questão em aberto (comparar v. 9, 11)".

(Simon Kistemaker)


"Se o incrédulo toma a iniciativa deste modo, então o crente não fica sujeito à servidão. Isto parece significar que o cônjuge abandonado está livre para casar-se outra vez". (Leon Morris - Introdução e comentário da Vida Nova).


CONCLUSÃO


O cristão não deve divorciar-se segundo o mandamento de Cristo. Todavia, a Escritura diz que o mesmo pode divorciar-se quando houver infidelidade sexual por parte do seu cônjuge, decisão pessoal ou abandono do lar pelo seu cônjuge descrente.

No caso de decisão pessoal por parte do cristão, este não poderá se casar novamente, mas pode voltar para o seu ex-cônjuge, se for possível. Já o cristão que foi abandonado pelo descrente pode casar-se novamente, visto que não há nenhuma proibição dentro deste contexto.


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